segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Afirmação

Entre a ponte que falta faz... e a ponte que faz falta!

Enquanto eleito na Assembleia Municipal de Constância, ou agora enquanto vereador, sempre me situei do lado de uma boa solução que servisse de travessia do Rio Tejo perto de Constância, fosse ela uma nova ponte, com ou sem barragem, ou uma ponte melhorada ou alargada.

Quando, de forma surpreendente, a REFER decidiu encerrar a ponte rodoviária em Constância-Sul/Praia do Ribatejo acompanhei todo o actual executivo da Câmara Municipal de Constância em reuniões com a população, nas quais manifestei preocupação e desagrado mas também total solidariedade com a posição tomada pelo Presidente de Câmara Máximo Ferreira.
Solidariedade que mantenho por entender que o caminho a seguir é o que está a ser tomado pela autarquia e pelas suas conversações e acções. Preocupação ainda existente por causa da situação vivida especialmente por quem reside ou trabalha na margem sul do Tejo, mas ligeiramente atenuada pela compreensão e perspectiva de resolução de um problema que… não é de agora, mas… é agora que finalmente está a ser resolvido.

Comissão

Entre a ponte que falta faz... e a ponte que faz falta!

Tenho acompanhado o desenvolvimento da situação, dentro do executivo municipal e sem fazer parte da Comissão de Utentes Unidos pela Ponte. Sobre a comissão, é meu entendimento que, neste período, deveria ter uma postura mais esclarecida e esclarecedora das circunstâncias e que deveria mesmo apoiar e reforçar a posição do Presidente de Câmara.

Numa primeira fase que a todos mobilizou de forma dramática exigiu-se (e bem) que a REFER desse explicações por ter agido de forma repentina e inesperada e que se apurasse da razoabilidade dessa decisão. No entanto, pelo que se soube ao clarificar o historial da ponte rodoviária e a sua falta de segurança (bem evidenciada desde uma inspecção de 2006 e ainda mais destacada depois da inspecção realizada em Agosto último) exigia-se contenção, responsabilidade de actuação e sobretudo concertação entre as pessoas que detêm funções de poder autárquico em Constância. Ainda mais quando se sabe da não manutenção e conservação a cargo das autarquias de Constância e de Vila Nova da Barquinha ou até mesmo do não cumprimento de limitações ao tráfego de pesados sem que tivessem sido tomadas medidas para inverter essas falhas.
Este é um assunto grave e delicado que requer discrição e eficácia reforçadas em função da conjuntura nacional que, entretanto, se agravou.

Infelizmente, tenho constatado que a Comissão de Utentes Unidos pela Ponte e os seus mais destacados representantes têm mais preocupações de agitação e de animação do que propriamente de contributo para a resolução do problema.

Todos sabemos que a CDU sempre quis um açude no Zêzere e uma nova ponte no Tejo e nunca procurou ou quis soluções partilhadas ou flexíveis. Também se sabe da existência de novos protagonistas eleitos para a Câmara Municipal e da vontade dos autarcas já reformados do executivo continuarem a influenciar a população e as decisões de quem de direito.
Ora bem, a comissão de utentes dá conta de tudo isso, junta o descontentamento da população ao protagonismo e ideias do anterior executivo municipal da CDU e usa como principais porta-vozes os seus anteriores e actuais elementos de executivos municipais. Ora, por essa via, será que prefere e antes conte com eventuais mudanças de Governo para que a resolução do problema da ponte volte à estaca zero?!

Questiono, também, qual o interesse das moções da Comissão de Utentes, recém-aprovadas em várias assembleias, com o objectivo de entupir os serviços da administração central e com isso exercer maior pressão sobre o Governo. Ao jeito da CDU parece que é a entupir serviços que se resolvem os problemas…

Chegados a este ponto e no meio desta análise tenho todo o direito e até o dever de responder a acusações.

Petição

Entre a ponte que falta faz... e a ponte que faz falta!

Um elemento da comissão de utentes, ex-vereador e actual vogal da CDU na Assembleia Municipal acusa-me de não ter assinado uma petição intitulada “Pela Reabertura, reparação e construção da ponte sobre o Rio Tejo em Constância e Vila Nova da Barquinha” com a qual se pretendiam recolher 4.000 assinaturas para chegar a discussão da Assembleia da República. Essa petição concisa terminava nos termos A construção de uma nova ponte que responda às necessidades do século XXI é uma justa exigência que queremos reafirmar, e solicitamos que até à sua concretização se efectue a conservação da mesma, de forma a garantir a segurança dos seus utentes”.

Ponto um - a expressão conseguida não traduz certamente a ideia que se desejaria de conservação da actual ponte e da construção de uma ponte nova;

Ponto dois
- a tónica (neste momento de perda da ponte) deve ser centrada na sua melhoria e recuperação com largo tempo de vida (dezenas de anos), ponto que, aliás, o executivo anterior nunca deveria ter colocado em segundo ou terceiro plano;

Ponto três - a meta de uma nova ponte, que foi e será sempre a melhor solução, é utópica de momento e só vem baralhar e atrasar qualquer solução; Como se podem pedir duas pontes quando a única que existia acaba de fechar para reparação?!

Ponto quatro - até que ponto é que a seriedade e realismo necessários à resolução de tão grave problema serão afectados pela posição ambígua e contraditória tomada por vários representantes eleitos do povo na sua autarquia que, nela, defendem a posição do Presidente de Câmara para elaboração de projecto e assinatura de protocolo de melhoria da ponte actual e, em simultâneo, assinam uma petição que requer a simples conservação da actual mas também a construção de uma ponte nova?

Trata-se de uma questão linear de opção e de realismo. AGORA, a ponte que falta faz. Um dia, com tempo e noutro contexto e conjuntura, podemos voltar à ponte que falta fazer.
Posto isto, entendo que o melhor seria mesmo o assunto não chegar, nem assim, nem de momento, à Assembleia da República. Evitar-se-iam retrocessos a outros e indevidos protagonistas e o aumento da confusão já instalada.

Planeamento e Organização

Entre a ponte que falta faz ... e a ponte que faz falta!

Infelizmente, o âmago desta questão da(s) ponte(s) levar-nos-ia ao planeamento estratégico e à falta de visão e de alternativas que ao longo de duas décadas e meia caracterizou a gestão do mesmo partido. Por aí estamos ainda mais separados, dadas as políticas que afunilaram Santa Margarida para esta ponte e para o seu estado actual e por não terem querido ou sabido aproveitar as potencialidades do Rio Tejo. Até porque, quando se tenta conversar sobre opções estratégicas, a CDU remata logo que o Partido Socialista em Constância “quer acabar com algumas associações, com a ponte e até com o concelho”. E assim, dizendo isto e contradizendo aquilo, vai derrubando balizas e forças por este território.

Para terminar, apesar dos tempos usados por uns parecerem uma eternidade para outros, compreende-se uma situação que poderia e deveria ter sido evitada. Felizmente com novos intervenientes, consegue-se finalmente seguir um bom caminho (o do diálogo, análise e acção) pois todos os responsáveis directos estão empenhados na melhor e mais rápida solução deste grave problema.

Camões e Constância – direitos reservados

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