É de triste memória recordar as bolandas da Casa-Memória de Camões nos últimos 15 anos.
Na procura de recortes, encontrei um belo exemplo do que se vivia há precisamente 10 anos, quando esteve em causa mais um protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal e a Associação Casa-Memória de Camões em Constância. Pedia o presidente da câmara que a autarquia assumisse "a completa responsabilidade técnica e financeira de recuperação e reabilitação da Casa Memória, assim como do seu próprio funcionamento", referindo também a ausência interna de condições organizacionais e de gestão e, incrivelmente, baseava o seu pedido de presidente da câmara num ofício remetido por ele, quando era diretor da associação! Denunciava, também assim, a sua própria incapacidade! E cá estava a enorme vontade de transferir a associação para dentro do município, tal como acontecia com o Centro de Ciência Viva, pois os dinheiros públicos é que tudo resolvem...
Os dois vereadores do PS à data de 27.05.2010 votaram contra a proposta do presidente em causa própria e referiam:
- falta de sintonia no executivo municipal em decisões de 2007 e 2008 em matérias idênticas.
- o abuso na utilização de técnicos pelo Centro de Ciência Viva e esta associação.
- a estreita ligação direta e indireta do presidente de câmara à direção da associação.
- a falta de informação referente a este e outros processos da entidade.
Os representantes do Partido Socialista apelavam na ocasião a que se refletisse e avaliasse em conjunto o trabalho feito nessa associação, definindo claramente as questões da sua viabilidade, estrutura, autonomia e independência, evitando-se assim a simples e subjetiva visão municipalista do presidente em relação às associações em que participa.
Era assim há 10 anos. Agora os protagonistas da associação continuam a ser pessoas de relevo político local e alguns técnicos, da autarquia. E o mal é esse, do qual Camões não se livra! A situação repete-se mas, Ó CAMÕES, as coincidências evitam-se!...
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