No sufrágio dos últimos governos deste cabo da Europa apetece-me dizer, tu blogue que bem me auscultas, que na hora de votar lembrar-me-ei da falência do papel do Estado, bem evidente - desde logo e muito fortemente - nas tragédias dos incêndios, em Tancos e na Chamusca e ainda muito especialmente na regressão da saúde e da educação públicas (o sucesso burocrático finta a realidade de quem a elas recorre) e do mal amado e parente pobre ambiente, que deveria envergar-se de sustentabilidade transversal a todos os setores e olhar-se como primordial.
Lembrar-me-ei também dos 3 fantasmagóricos hospitais do Médio Tejo e das portagens de vidas em vez das pontes e estradas que nunca mais, do assalto constante aos rendimentos de quem trabalha, com a máxima carga fiscal (energias envolvidas) para beneficiar de forma teragigantesca as grandes empresas e os bancos e aquecer cadeiras de governantes e seus familiares, da atroz incapacidade e falta de vontade de fiscalização de aplicação de dinheiros públicos e da injustiça social, por exemplo para com os idosos e para quem vive no Portugal abandonado.
E também te digo, consta que muitos países europeus passam meses ou anos sem governos e governam-se muito bem.
Por isso uma coisa é certa, como professor e ainda com a memória viva de 40 anos, o meu comprometimento é não ir por aí.
Refugio-me nos meus próprios passos ou imigro-me de deserto sem contribuir para este Estado de porcelana.